segunda-feira, 21 de janeiro de 2013




Então você passou por mim, esbarrando delicadamente sobre meu ombro, porém me fazendo tremer o bastante para derrubar o estojo em cima dos livros. Você o pega, devolve ao seu local de origem e sorrir para mim com os olhos mais lindos do mundo que me impediram de perceber qualquer mínimo detalhe sobre a sua blusa branca e a sua calça jeans rasgada. Meu coração começa a brincar de ping-pong com o meu peito e a minha respiração é semelhante a 5 minutos debaixo d'água sem oxigênio. 
1... 2... 3... Eu consigo pensar em algo pra te responder, nada muito inteligente, mas é o máximo que eu consegui fazer. Então você me dar as costas e eu posso perceber todos os detalhes que eu não via antes como os ombros largos, a camisa branca roçando em seu braço não tão grande. Calça jeans masculina tem a péssima função de esconder o bagageiro, mas a sua não fazia um bom trabalho, você dobrou a esquina e eu te perdi de vista.
Pude perceber que aquilo não deve ter levado mais do que 3 minutos pra você, mas para mim foram os 3 minutos do jogo de basquete pouco antes do Buzzer Beat! Volto pra casa e fico pensando em como te encontrar de novo. Recebo um telefonema de um amigo da faculdade me chamando para uma pequena comemoração, dou uma desculpa de que é red days e meu humor não tá muito bom. Minha melhor amiga me liga e diz que pelo tom da minha voz eu to mentindo, 20min depois ela ta na porta da minha casa com um vestido lindo implorando pra que eu coubesse nele. 40min depois eu to na festa, começo a sentir o cheiro da bebida, meu amigo chega pra mim e pergunta se há alguma chance dele sai sem um braço caso eu fique de mal humor. 
Eu estou com tédio.
Abro a bolsa, pego meu Kindle e me transfiro para uma realidade alternativa. Ren me faz rir, abaixo o e-book para limpar uma pequena lágrima do canto do olho e... Eu te vejo. De novo, seu sorriso... Seus olhos estão espremidos, suas mãos estão no abdômen, você ri como se quisesse praticar tiro ao alvo no meu coraç- Pera! Que sensação é essa?! Minha mãos soam, minha cabeça gira... Você olhou pra mim interrompendo qualquer tentativa de raciocínio. Pude perceber seus traços surpresos e suas palavras pedindo licença, você vem até mim. Recupero a minha expressão que deveria ser de deslumbrada, ergo o rosto para ver o que você tem a falar, você pede para segurar a minha mão, péssima ideia jovem rapaz! Minha mão fria e soada vai ao encontro da dele, quente e seca, ele levemente a aperta e uma sensação de segurança invade meu corpo. Curvo os meus dedos ao redor da sua mão pra indicar que eu estou ali, mesmo que a minha mãe seja tão pequena perto da tua. 
Tu me pergunta se podemos dançar e eu seguro a tua mão e te levo, está escuro e as luzes da boate batem nos meus olhos, aperto novamente a sua mão com medo de cair, você responde a minha pressão passando o polegar pelas costas da minha mão. Ao chegarmos na pista eu tenho que deixar a sua mão ir, mas essa é a última coisa que eu quero. Então nos começamos a nos mover de um lado para o outro enquanto você me pergunta se já tinha me visto em algum lugar...


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